Saúde

Pressão “12 por 8” passa a ser considerada alta; entenda novas diretrizes

A hipertensão, ou pressão arterial elevada, é uma condição crônica marcada por valores de pressão que atingem ou ultrapassam 140/90 mmHg

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A hipertensão, ou pressão arterial elevada, é uma condição crônica marcada por valores de pressão que atingem ou ultrapassam 140/90 mmHg. Durante o Congresso Europeu de Cardiologia, em Londres, a Sociedade Europeia de Cardiologia divulgou novas diretrizes que alteram o conceito de “pressão normal”. Até recentemente, uma pressão de “12 por 8” (ou 120/80 mmHg) era considerada ideal. Agora, o valor ideal é “12 por 7” (120/70 mmHg), enquanto “12 por 8” passou a ser visto como “pressão arterial elevada”. Dessa forma, a pressão arterial agora é classificada em três categorias: não elevada (abaixo de 120/70 mmHg), elevada (de 120/70 mmHg a 139/89 mmHg) e hipertensão (acima de 140/90 mmHg).

Essas mudanças, segundo o professor Bill McEvoy, da Universidade de Galway, visam ajudar pacientes a reconhecer que a hipertensão é uma progressão gradual e a tratar a condição antes que ela atinja níveis críticos. Em especial, os pacientes com risco maior, como os que têm diabetes, podem se beneficiar de intervenções precoces para evitar o agravamento.

A médica Fernanda Consolim-Colombo, especialista em hipertensão, considera positiva a nova classificação, destacando que valores altos de pressão por longos períodos aumentam o risco de doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca, infartos, AVC e problemas renais. As diretrizes também ressaltam a importância de diagnósticos e tratamentos personalizados, avaliando o risco cardiovascular de cada paciente. Nos casos de hipertensão acima de 140 mmHg, recomenda-se iniciar o tratamento com remédios e mudanças no estilo de vida, como reduzir o consumo de sal, praticar exercícios físicos e cessar o tabagismo.

Para pacientes com pressão entre “12 por 7” e “14 por 9” e risco cardiovascular baixo, é sugerido inicialmente apenas um ajuste no estilo de vida por 6 a 12 meses. Caso não haja melhora, o uso de medicamentos pode ser discutido. Para aqueles com risco cardiovascular elevado, o uso de remédios deve ser considerado após três meses de mudanças no estilo de vida.

As novas diretrizes também abordam a medição da pressão arterial. Para medições domiciliares, recomenda-se realizar duas medições com intervalo de 1 a 2 minutos, duas vezes ao dia (de manhã e à noite) por, pelo menos, três dias. Os pacientes devem medir a pressão com um aparelho validado, em um ambiente silencioso, após cinco minutos de repouso, mantendo o braço e as costas apoiados.

No consultório, a pressão deve ser medida com o paciente em repouso e confortável, evitando exercícios e bebidas estimulantes por 30 minutos antes. Três medições devem ser feitas com intervalo de 1 a 2 minutos entre elas, e a pressão deve ser registrada em ambos os braços, além de anotar a frequência cardíaca. Essas orientações visam garantir um diagnóstico mais preciso e um melhor monitoramento dos pacientes.

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Jornalista Dom Lele Botelho

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