Policia

Vereadores de Uberlândia são investigados na Operação Torre de Babel

Written by adminab

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Militar (PM) cumprem mandados na Câmara Municipal de Uberlândia, na manhã desta quinta-feira (10), durante a Operação “Torre de Babel”. Entre os alvos estão os vereadores Juliano Modesto (SD) e Alexandre Nogueira (PSD).

Além de Uberlândia, os trabalhos ocorrem nas cidades de Uberaba, Monte Carmelo e Itumbiara (GO) com o objetivo de combater a atuação de três organizações criminosas. Foram cumpridos 65 mandados de busca e apreensão e 94 de prisão preventiva e temporária contra 69 investigados. Destes, 25 já estavam presoS. Entre os investigados estão dez PMs, quatro policiais civis e três advogados.

No caso de Modesto, o Gaeco apurou que ele teria intimidado o denunciante que levou ao MPE informações sobre fraudes praticadas pela Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas em Uberlândia (Coopass), que prestava o serviço de transporte escolar ao Município de Uberlândia, configurando crime de obstrução de Justiça já que o intuito era atrapalhar as investigações do caso.

O político está em Brasília e tem até as 18h para se apresentar, segundo o Gaeco. Em relação à Alexandre, que já foi cooperado da Coopass, há indícios do envolvimento dele com a organização criminosa que estruturou o esquema para obtenção de vantagem indevida.

São apurados ainda os crimes de peculato e falsidade ideológica. A apreensão de documentos, computadores e aparelhos celulares nas casas dos parlamentares e também nos gabinetes é feita para aprofundar as investigações. 

O foco principal da Operação Torre de Babel é desarticular uma organização criminosa formada, principalmente, por policiais militares e ex-militares de Uberlândia. O promotor de Justiça e coordenador do Gaeco, Daniel Marotta Martinez, esclareceu que vários crimes foram encomendados a essa milícia como homicídios, extorsão e dano ao patrimônio.

As principais atividades eram cobranças mediante emprego de violência ou grave ameaça contra eventuais “inimigos” dos clientes. As investigações indicaram que o vereador Juliano Modesto solicitou os serviços desse grupo para intimidar o motorista que fez as denúncias contra a Coopass. 

Entre os crimes apurados, foi identificada a participação da milícia no incêndio contra uma clínica que presta serviços de saúde na avenida João Pinheiro, no Centro da cidade, em abril do ano passado. O local foi alvo dos criminosos durante a onda de ataques ao transporte urbano da cidade.

POSICIONAMENTO

O diretor de Comunicação da Câmara, Ademir Reis, informou que o departamento jurídico está acompanhando os desdobramentos do caso e que o presidente Hélio Ferraz-Baiano foi comunicado sobre ação do Gaeco ainda no início da manhã e facilitou a entrada dos policiais e promotores de Justiça no local. Reforçou ainda que o cumprimento de mandados é apenas contra os referidos vereadores e não há qualquer ligação da Casa Legislativa com as denúncias.

Sobre a prisão do vereador Juliano, a Câmara vai aguardar os desdobramentos uma vez que, segundo Ademir, o vereador pode ter até três faltas justificadas. Em caso de afastamento das atividades ou suspensão do mandato, o suplente é convocado pela Mesa Diretora para assumir a cadeira. O primeiro seria Walquir Cleuton do Amaral, que na eleição municipal teve 1.526 votos. Em caso de recusa, o sargento da Polícia Militar José Luiz de Araújo, que nas eleições de 2016 teve 1.262 votos, seria o segundo suplente do partido Solidariedade. 

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