Brasil Vale do Aço

MINAS GERAIS SE CALA AO TARIFACO AMERICANO SOBRE ACO

Setor siderúrgico mineiro enfrenta novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, mas reação do governo e da indústria ainda é tímida

Por Dom Lele

O estado de Minas Gerais, um dos maiores polos siderúrgicos do Brasil, foi diretamente impactado pela recente decisão dos Estados Unidos de impor novas tarifas sobre o aço brasileiro. Conhecido como “tarifaço americano”, o aumento das taxas de importação promete afetar a competitividade das empresas mineiras, colocando em risco empregos e investimentos. No entanto, até o momento, a reação do setor produtivo e das autoridades tem sido discreta, sem grandes mobilizações ou medidas concretas para reverter o cenário.

O impacto das tarifas no setor siderúrgico, são mais de 23 siderúrgicas em Minas Gerais

USIMINAS iPATINGA

Minas Gerais abriga algumas das principais siderúrgicas do país, como a Usiminas, em Ipatinga, e a ArcelorMittal, com unidades em várias cidades do estado. Com o novo pacote tarifário imposto pelos EUA, as exportações de aço mineiro ficarão mais caras, reduzindo a competitividade da indústria nacional no mercado internacional.

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O aumento das tarifas foi anunciado pelo governo norte-americano sob a justificativa de proteger a indústria doméstica e evitar o que chamam de “práticas desleais de comércio”. A medida, no entanto, afeta diretamente o Brasil, que é um dos principais fornecedores de aço para os Estados Unidos.

“Essas tarifas nos colocam em uma posição difícil. O custo de produção já é alto no Brasil, e agora nossas exportações perderão ainda mais espaço. Isso pode resultar em cortes de produção e demissões”, afirmou um executivo do setor, que preferiu não se identificar.

Reação tímida do governo e do setor produtivo

APERAN TIMOTEO

Diferente de outros momentos em que o Brasil buscou uma resposta diplomática mais enérgica, desta vez o posicionamento do governo federal tem sido discreto. O Ministério da Indústria e Comércio ainda não anunciou medidas concretas para contornar o impacto das novas tarifas, e a mobilização do setor produtivo tem sido pontual, sem manifestações expressivas. Cientista Politico Doriedison Botelho.

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) divulgou uma nota alertando sobre os prejuízos que a medida trará à economia mineira, mas sem sugerir ações imediatas. “O impacto será significativo para a indústria siderúrgica de Minas Gerais, que já enfrenta desafios internos como altos custos logísticos e carga tributária elevada”, destacou a entidade.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, empresários do setor comemoram a decisão, alegando que a proteção tarifária ajudará a fortalecer a produção nacional e garantir empregos para trabalhadores americanos.

Riscos para a economia mineira

Minas Gerais tem uma economia fortemente atrelada à siderurgia e à mineração. Caso o impacto das novas tarifas não seja mitigado, os reflexos poderão ser sentidos em diferentes cadeias produtivas, desde a extração de minério de ferro até a manufatura de produtos acabados.

Especialistas alertam que, sem uma resposta firme do governo brasileiro, a tendência é que o setor perca ainda mais espaço no mercado global. “Se o Brasil não agir rápido, podemos ver uma redução drástica nas exportações e um aumento da ociosidade nas siderúrgicas, o que traria impactos sociais graves, como fechamento de postos de trabalho”, afirmou o economista Ricardo Vasconcelos.

Minas Gerais em silêncio

Apesar da gravidade da situação, a resposta das lideranças políticas e empresariais de Minas Gerais tem sido abaixo do esperado. Sem manifestações contundentes ou negociações diplomáticas mais agressivas, o estado, que depende fortemente da siderurgia, parece aceitar passivamente mais um golpe econômico.

Enquanto isso, trabalhadores do setor já começam a temer cortes e redução de investimentos. “A gente trabalha duro e depende dessas exportações. Se continuar assim, o que vai acontecer com a gente?”, questiona Carlos Antônio, operador de produção em uma siderúrgica de Ipatinga.

O silêncio de Minas Gerais pode custar caro, não apenas para as indústrias, mas para toda a economia do estado. Resta saber até quando o setor produtivo e as autoridades continuarão assistindo ao “tarifaço americano” sem reação.

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Jornalista Dom Lele Botelho

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