A troca de provocações entre Pablo Marçal e o ex-presidente Jair Bolsonaro evidenciou uma ruptura pública entre os dois, que já compartilharam uma aliança política. O episódio mais recente ocorreu quando Marçal, em resposta a críticas de Bolsonaro, afirmou: “Prometo não errar como você errou na presidência. Deixa que São Paulo está dominada.”
A mensagem de Marçal foi uma reação à declaração de Bolsonaro, que disse que o influenciador digital “exagera em alguns momentos” e, com isso, “arranja inimigos em qualquer lugar”. Bolsonaro destacou que esse comportamento estaria prejudicando a credibilidade de Marçal.
A relação entre os dois começou a se desgastar ao longo do tempo, especialmente após desentendimentos com Carlos Bolsonaro, que cuida das redes sociais do ex-presidente. Em 2022, Marçal chegou a ser cotado para assumir a gestão digital da campanha presidencial de Bolsonaro, mas o vínculo enfraqueceu. Recentemente, a situação se agravou após o episódio em que Marçal foi agredido com uma cadeira por José Luiz Datena durante um debate. Marçal comparou o ataque à facada sofrida por Bolsonaro em 2018, o que gerou indignação do ex-presidente, que considerou a comparação “lamentável”.
Apesar de Bolsonaro ter declarado apoio a Ricardo Nunes (MDB) para a prefeitura de São Paulo, Marçal vem atraindo parte do eleitorado de direita, o que tem causado tensões no grupo bolsonarista. O influenciador, em sua defesa, lembrou sua contribuição para a campanha de Bolsonaro, mencionando que ajudou com influenciadores e gravou mais de 800 vídeos para o ex-presidente, além de ter doado R$ 100 mil para a campanha.
O embate, que inicialmente parecia uma divergência pontual, revela fissuras dentro da base bolsonarista e reforça o distanciamento de Marçal em relação ao ex-presidente, marcando um novo capítulo na disputa pela atenção do eleitorado de direita em São Paulo.