As tempestades que estão atingindo diversas regiões do Brasil neste verão estão deixando as pessoas com a impressão de que há uma grande quantidade de raios atingindo as cidades brasileiras.
De acordo com Osmar Pinto Jr., coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT/INPE), está, realmente, sendo observado um aumento na incidência de raios no país neste início de 2021, e isso está relacionado a uma determinada situação climática. “O La Niña, fenômeno que vai até março deste ano, está fazendo com que haja um aumento de raios nos meses de janeiro e fevereiro”, afirmou.
O Distrito Federal é uma região que vem se destacando em relação à quantidade de descargas elétricas que têm origem nas tempestades. “A incidência de raios naquela região está acima do normal. No mês de janeiro, por exemplo, verificamos mais de mil raios em um só dia”, destaca o especialista.
O coordenador afirma que o La Niña, que começou em setembro de 2020, não afeta o Brasil de uma maneira uniforme. “O fenômeno está sendo observado principalmente na região Norte e em partes das regiões Nordeste e Centro-Oeste. No Sul e no Sudeste o La Niña não promove tantas alterações climáticas”, observa.
O Norte concentra quase metade dos raios que caem no Brasil, e essa maior incidência acontece, entre outros fatores, porque o Amazonas é um estado com grandes volumes de água. “Esse elemento é um eficiente condutor elétrico, o que favorece a formação de descargas elétricas”, afirma o coordenador do ELAT.
Ao todo, em 2020 foram verificados 121 milhões de raios, um aumento de 51% em relação a 2019, quando o ELAT observou 62 milhões deles.
Osmar explica que a formação de raios durante uma tempestade deve-se à concentração de gelo presente em uma nuvem. “Isso ocorre porque os raios são resultado dos choques de partículas de gelo dentro das nuvens de uma tempestade”, ressalta.
O Brasil é o país que tem a maior incidência de raios no mundo. Isso acontece porque ele tem a maior extensão territorial entre os países localizados na região tropical, a mais quente do planeta. Por conta disso, ele recebe mais tempestades, e uma média de 70 milhões de descargas elétricas por ano, afirma o coordenador do ELAT.
As informações são do site R7
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