A declaração de Sérgio Moro ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, afirmando que a posição de Lula não representa o Brasil, reflete uma postura de oposição ao governo atual e uma tentativa de demonstrar alinhamento com valores ou políticas que ele acredita serem mais representativas de uma parcela da sociedade brasileira.
Contudo, tal afirmação pode ser vista como uma extrapolação do papel de um senador da República, uma vez que a política externa brasileira é prerrogativa do presidente, conforme estabelece a Constituição. Isso leva ao debate sobre os limites do exercício político e do discurso público em questões de soberania nacional.
Por outro lado, esse tipo de declaração, embora polêmica, é comum em democracias, onde lideranças opositoras buscam marcar posições e reforçar suas bases eleitorais. A reação a tais episódios depende do contexto político e da percepção da opinião pública sobre o tema.
Encontro com Zelensky e conferência internacional
Moro está em Kiev, capital da Ucrânia, acompanhado dos senadores Magno Malta (PL-ES), Damares Alves (Republicanos-DF) e do deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP). A comitiva brasileira participou da conferência “Ucrânia e os Países da América Latina e do Caribe: Cooperação para o Futuro”, que começou na sexta-feira e segue até este domingo (1°).
Durante o encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, os parlamentares expressaram solidariedade à Ucrânia. Magno Malta, por exemplo, pediu desculpas pelas declarações de Lula sobre o conflito. Segundo o senador, essas declarações foram desrespeitosas e não refletem a opinião da maioria dos brasileiros.
“Pedi desculpas em nome dos brasileiros pelas declarações desrespeitosas feitas por representantes do governo atual, deixando claro que a maioria de nós não compactua com tais atitudes. Aproveitei também para destacar o momento delicado que vivemos no Brasil, com sinais preocupantes de autoritarismo”, declarou Magno Malta em suas redes sociais.
