O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de cruzar uma “linha vermelha” com suas declarações sobre a guerra na Faixa de Gaza. As afirmações de Lula, que comparou o Exército israelense ao nazismo e a Hitler, foram consideradas “vergonhosas e graves” pelo governo de Israel, que convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv para uma reprimenda.
“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, publicou Netanyahu no X (antigo Twitter).
“Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e faz isso ao mesmo tempo que defende o direito internacional”, acrescentou o premiê.
As declarações de Lula foram feitas durante uma coletiva de imprensa no domingo (18), após sua participação na 37ª Cúpula da União Africana em Adis Abeba, Etiópia. Ao responder a uma pergunta sobre a decisão de seu governo de fornecer novos aportes de recursos para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA), Lula afirmou:
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse ele.
A convocação do embaixador brasileiro é um ato diplomático de forte simbolismo, que demonstra o grau de insatisfação do governo israelense com as declarações de Lula. O chanceler Israel Katz classificou as palavras do presidente como “uma tentativa de prejudicar o direito de Israel de se defender”.