O financiamento, com cobrança de juros, deve começar a ser pago pelo consumidor, em parcelas, a partir de 2023
Com a aprovação dos empréstimos bancários de R$ 10,5 bilhões, nessa terça-feira (15/3), para as distribuidoras de energia, os consumidores poderão ver a conta de luz aumentar. Isso porque o financiamento, com cobrança de juros, será pago pelos consumidores, através da conta de energia, a partir de 2023.
O diretor de Risco, Produtos e Operações da 2W Energia, Claudy Marcondes, explica que as distribuidoras de energia elétrica tiveram um déficit provocado pela crise hídrica.
“No final de 2020 e início do ano passado, as distribuidoras tinham previsto custos relacionados a despacho térmico, geração hídrica. Mas, como 2021 foi totalmente fora das previsões, o custo das distribuidoras foi muito maior”, inicia.
“Foi preciso acionar a bandeira, que serve para não deixar acontecer um descasamento de caixa da distribuidora. Ou seja, o que ela previu e o que aconteceu na prática. Só que o preço da bandeira não foi suficiente e criou-se um déficit de alguns bilhões para as distribuidoras, relacionado à crise hídrica”, complementa.
Para cobrir esse déficit, as distribuidoras precisam reajustar a tarifa no ano seguinte. Em 2022, em tese, esse valor seria repassado, aumentando a tarifa para o consumidor. “Para não ter esse impacto tarifário, foi acordado que haveria o empréstimo para as distribuidoras neste ano e esse valor seria pago nos próximos anos.”
O economista Alessandro Azzoni lembra ainda que as distribuidoras tiveram gastos com a compra de energia externa e com o pagamento de bônus para quem teve redução na conta de luz. “Para não haver um aumento neste momento, em que já estamos pagando o empréstimo da COVID, a conta de luz vai ficar mais cara a partir de 2023, que é quando os custos do empréstimo começaram a ser repassados (para o consumidor).”