A Diretoria da Fundação São Francisco Xavier (FSFX) e do Hospital Márcio Cunha (HMC) convocou a imprensa nesta quarta-feira (19) para esclarecer a situação da dívida que, segundo a instituição, foi acumulada pela Prefeitura de Ipatinga ao longo de 2025. O débito, inicialmente estimado em R$ 55 milhões, chegou a alcançar R$ 57 milhões, provocando um alerta sobre o risco de comprometimento dos atendimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a FSFX, o cenário financeiro é crítico. A Fundação afirma que, em média, a administração municipal deveria repassar R$ 14 milhões mensais destinados à manutenção dos serviços hospitalares, mas os pagamentos têm se mantido próximos de R$ 10 milhões, gerando déficit e acumulando o valor devido ao longo do ano.
Durante a coletiva, o presidente da entidade, Flaviano Ventorim, informou que a Prefeitura realizou recentemente um pagamento parcial, reduzindo o débito para cerca de R$ 43 milhões. Apesar da diminuição, Ventorim destacou que o montante ainda é elevado e ameaça a continuidade dos atendimentos, especialmente os de alta complexidade.
No início de novembro, a Fundação havia emitido uma nota pública informando sobre a dívida e alertando para a possibilidade de suspensão de parte dos serviços prestados aos pacientes do SUS, caso não houvesse regularização dos repasses. O comunicado gerou preocupação na comunidade e pressionou a administração municipal a se manifestar.
Em resposta, a Prefeitura de Ipatinga afirmou enfrentar um quadro de restrição financeira, que estaria dificultando o repasse integral dos valores previstos em contrato.
Judicialização do caso
Sem avanço nas negociações e diante da continuidade do déficit, a FSFX anunciou que vai judicializar o caso. A medida busca garantir a regularização dos pagamentos e a sustentabilidade dos atendimentos prestados à população de Ipatinga e de diversos municípios da região.
A direção do Hospital Márcio Cunha reforçou que segue empenhada em manter a qualidade dos serviços, mas alerta que a situação exige uma solução urgente para evitar prejuízos à assistência hospitalar.
