Assim é o País, assim funciona a capital, assim caminha o judiciário
Nesta sexta-feira (17/12), a segunda turma do Supremo Tribunal Federal, pelo voto decisivo do ministro Gilmar Mendes (que novidade!!), mandou para casa o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, um dos maiores ladrões de dinheiro público que o País já descobriu, desfrutar de todo conforto e boa mesa que os bilhões – sim, bilhões! – de reais surrupiados dos pobres e miseráveis brasileiros podem pagar.
Enquanto dezenas de milhões de pessoas passarão o natal, literalmente, a pão e água, em moradias indignas à vida humana, cercadas por lixo e fezes a céu aberto, o criminoso, condenado em 23 ações penais que somam mais de 420 anos de cadeia, comerá bem, beberá melhor ainda e dormirá em berço esplêndido, tal qual Banânia, este gigantesco e triste pedaço de chão, esquecido por Deus e bonito por natureza.
Segundo Gilmar Mendes, em voto decisivo, “nenhum cidadão brasileiro, por mais graves que sejam as acusações que pesam em seu desfavor, pode permanecer indefinidamente submetido a medidas processuais penais extremas, como a prisão cautelar”. Trocando em miúdos, segundo o atento garantista da lei, já que o judiciário não consegue, em seis anos, condenar um corrupto como Cabral, que o solte então.
Cabral era o último enclausurado, remanescente da Operação Lava Jato, extinta por Augusto Aras, Procurador-Geral da República nomeado pelo ex-chefe do ex-juiz federal e ex-ministro Sergio Moro, ex-desafeto e atual apoiador de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, desalojado da Brasília de Gilmar Mendes pelo ex-tudo (ex-condenado, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro) Lula da Silva, ex-meliante de São Bernardo e presidente eleito.
Ficou meio confuso, né, caro leitor, cara leitora? Ex para lá, ex para cá, muitos nomes e tudo mais. Assim é o País, assim funciona a capital, assim caminha o judiciário. Mas não desanime. A cada dois anos tem eleições, e você poderá manter tudo isso intocável, do jeito que vem fazendo há décadas, elegendo quem rouba, que nomeia quem investiga, que conjura com quem prende, para, ao final, todos comerem peru no Leblon às nossas custas. Saúde!