
Os irmãos e empresários Rômulo e Robson Lessa, donos da empresa de transportes Saritur, admitiram em depoimento à Polícia Federal (PF) que compraram ilegalmente vacinas contra a Covid-19. Eles são apontados como os chefes do esquema criminoso que imunizou mais de 50 pessoas clandestinamente em Belo Horizonte.
Nesta terça-feira (30/03), os investigadores informaram que as vacinas podem ser falsas – e não proteger contra o novo coronavírus. Os empresários foram ouvidos na segunda-feira (29), depois que se apresentaram espontaneamente na sede da PF, no bairro Gutierrez, região Oeste da capital. Durante o interrogatório, teriam confirmado o delito.

“Os empresários da empresa de transporte de passageiros admitiram, em depoimentos prestados de forma espontânea, nesta segunda-feira (29), a aquisição dos medicamentos de procedência ilícita”, informou a corporação responsável pelo inquérito.
Ao fim da investigação, os envolvidos na vacinação clandestina, que inclui políticos, podem ter que responder na Justiça por receptação e vacinação irregular. Contra os donos da Saritur ainda podem pesar outros crimes.
Procurada pela reportagem, a Saritur não se manifestou até a publicação desta matéria.
Vacina falsa

Após o depoimento dos irmãos Lessa, a PF deflagrou uma nova etapa da operação, denominada Camarote, e cumpriu, na casa da enfermeira apontada como responsável pela aplicação das doses, mandado de busca e apreensão. Uma clínica também foi alvo dos investigadores. Frascos com soro foram recolhidos nos endereços, e material será periciado.
Além da enfermeira, o filho dela também foi citado no inquérito. “Os dois são suspeitos de comercializar e aplicar vacinas contra a Covid-19 de origem ilícita”, destacou a PF. A corporação ainda informou que ela já tem passagem pela polícia por furto. Os dois, juntamente com outro homem, foram conduzidos à sede da PF para prestar esclarecimentos.