Fonte: Carta Capital
Em entrevista a CartaCapital, a vereadora mais votada na história de BH diz que a resistência do movimento deve ser nas ruas
No ano de 2020, o Brasil continuou no topo do ranking de países que mais mata transsexuais no mundo. Segundo levantamento da ONG Transgender Europe, morreram neste ano 152 pessoas trans vítimas de crime de ódio no país.
Na contramão deste cenário desastroso, as urnas elegeram em todo o País dezenas de vereadores LGBTs. Em São Paulo e Belo Horizonte, as mulheres mais votadas são mulheres trans.
É o caso da professora Duda Salabert, eleita na capital mineira pelo PDT. Mulher trans e lésbica, Duda foi a mais votada na história da cidade. “Nós conseguimos um fato histórico neste ano, mas não basta eleger, precisamos manter esses corpos no poder”, disse em entrevista exclusiva a CartaCapital.
“Para 2021, eu vejo o pior dos cenários para o movimento LGBT, para os movimentos sociais e para os movimentos de luta. Eu acho que vai acontecer no próximo ano uma retirada e um desmonte absurdo de direitos historicamente conquistados. Por isso que precisamos nos articular e fortalecer como movimento social e fazer uma mobilização nas ruas”, lamenta.
Em relação ao mandato, a vereadora diz que o foco deve ser a educação. “O que muda o mundo não é a criação de novas leis, mas criação de novas consciências. Isso se faz no âmbito escolar. Vamos fazer um mandato pautados na questão escolar, pautando um novo modelo de escola”. ressalta.